Um belo dia produzi uma carta muito especial, ela, meus caros, era endereçada a uma ilustre pessoa e o mais interessante é que a carta provavelmente jamais seria respondida (rsrs). A mesma tinha destino certo, a quase um "Brás cubas", melhor, à um certo "João Cubas"...
Autor: M. Ferreira
Salvador-BA 2010
CARTA À D. JOÃO
Olá meu rei, saudações do mundo dos vivos. Como está aí? Tudo “beleza”? Talvez vossa majestade não entenda tais termos, trata-se de expressões idiomáticas, o jeito neo-brasileiro de se falar. Reizinho houve tanta coisa após sua triste partida para o “mundo dos pés juntos”; Independência, abolição, ditadura (não confunda com dentadura), Lula virou presidente desta joça, michael jakson morreu, o “mensalão” foi/é a sensação do momento, Bill Gates criou a internet e Jesus ainda não voltou. Pena que serei sucinta, mas irei “bater” um resumão” para vossa majestade.
Em primeira instancia, sou negra. Não quis dizer a princípio porque, vossa majestade talvez não lesse, queria estimular vossa real-curiosidade. E esses traços na escrita, tão sem formalidades, nada mais é que o reflexo da vilania dos donos do poder, coisa deixada pelo senhor até hoje. Está vendo como não o esquecemos? Mas, mudando de foco, ou melhor, entrando no foco...
O Brasil está de ponta-cabeça, saiu o rei entrou a política, apenas mudou o nome, como o senhor, surrupiam o suado dinheiro do povo (ainda bem que estás morto, caso contrário eu perderia a cabeça). E a educação é realmente um poço sem fundo! É um jogo dominó... Aos comandantes pouco importa a situação educacional do país, o povo não se envolve nessas “questões complexas” chamada política, não buscam seus direitos como cidadãos da pátria, vendem seus votos para quem pagar mais, isso porque eles não têm uma instrução mais profunda. Em terceiro plano vem a camada, por sinal mal remunerada de docentes, que além de se desestimularem com os ínfimos salários tem de suportar discentes insubordináveis, indóceis, vindouros da geração “é proibido proibir”. Ah! Em 1888 aconteceu a abolição, mas como sempre, tudo tem de ser sofrido! Eles ganharam a liberdade com os grilhões aos pés... Pense comigo... Um ser humano que nasceu escravo, teve a infelicidade de ser trazido para o Brasil, não está ao lado de seu povo, sem casa, sem dinheiro, sem comida, liberto... mas sem as condições necessárias que o tornaria de fato emancipado, no sentido amplo da palavra. É um verdadeiro paradoxo, aliás, hipocrisia dessa gente. Mas, depois de muita luta, as mais corajosas e mais emocionantes possíveis, conseguimos um pouco mais de espaço no mundo, ainda temos sofrido pasmosos preconceitos, mas a miscigenação é de fato algo enraizado no país, praticamente todos tem um moreno que indica uma das raças mais fortes do mundo: a Negra. Ainda há mais! A área das telecomunicações se expandiu assustadoramente, hoje falar com qualquer pessoa onde quer que esteja é muito prático e fácil, viajar virou questão de horas com o avião (criado por um brasileiro, por mais que haja controvérsias), pena que vossa majestade teve que fazer uma exaustiva viagem, não existia avião nessa época.
Enfim, Vossa alteza tem de me desculpar, mas encero minhas citações por aqui. O POR QUÊ? A situação está muito difícil, não tenho como custiar tantas impressões, o alto custo de vida deste país tem-nos obrigado a reduzir tudo; alimentação e água (o que é primordial a vida), gastos com transporte e educação e até numa simples folha impressa subitrai-se o dinheiro daqueles que quase não têm para o próprio sustento, a tudo isso se dá o nome de um velho termo conhecido por vossa majestade, IMPOSTO.
Em primeira instancia, sou negra. Não quis dizer a princípio porque, vossa majestade talvez não lesse, queria estimular vossa real-curiosidade. E esses traços na escrita, tão sem formalidades, nada mais é que o reflexo da vilania dos donos do poder, coisa deixada pelo senhor até hoje. Está vendo como não o esquecemos? Mas, mudando de foco, ou melhor, entrando no foco...
O Brasil está de ponta-cabeça, saiu o rei entrou a política, apenas mudou o nome, como o senhor, surrupiam o suado dinheiro do povo (ainda bem que estás morto, caso contrário eu perderia a cabeça). E a educação é realmente um poço sem fundo! É um jogo dominó... Aos comandantes pouco importa a situação educacional do país, o povo não se envolve nessas “questões complexas” chamada política, não buscam seus direitos como cidadãos da pátria, vendem seus votos para quem pagar mais, isso porque eles não têm uma instrução mais profunda. Em terceiro plano vem a camada, por sinal mal remunerada de docentes, que além de se desestimularem com os ínfimos salários tem de suportar discentes insubordináveis, indóceis, vindouros da geração “é proibido proibir”. Ah! Em 1888 aconteceu a abolição, mas como sempre, tudo tem de ser sofrido! Eles ganharam a liberdade com os grilhões aos pés... Pense comigo... Um ser humano que nasceu escravo, teve a infelicidade de ser trazido para o Brasil, não está ao lado de seu povo, sem casa, sem dinheiro, sem comida, liberto... mas sem as condições necessárias que o tornaria de fato emancipado, no sentido amplo da palavra. É um verdadeiro paradoxo, aliás, hipocrisia dessa gente. Mas, depois de muita luta, as mais corajosas e mais emocionantes possíveis, conseguimos um pouco mais de espaço no mundo, ainda temos sofrido pasmosos preconceitos, mas a miscigenação é de fato algo enraizado no país, praticamente todos tem um moreno que indica uma das raças mais fortes do mundo: a Negra. Ainda há mais! A área das telecomunicações se expandiu assustadoramente, hoje falar com qualquer pessoa onde quer que esteja é muito prático e fácil, viajar virou questão de horas com o avião (criado por um brasileiro, por mais que haja controvérsias), pena que vossa majestade teve que fazer uma exaustiva viagem, não existia avião nessa época.
Enfim, Vossa alteza tem de me desculpar, mas encero minhas citações por aqui. O POR QUÊ? A situação está muito difícil, não tenho como custiar tantas impressões, o alto custo de vida deste país tem-nos obrigado a reduzir tudo; alimentação e água (o que é primordial a vida), gastos com transporte e educação e até numa simples folha impressa subitrai-se o dinheiro daqueles que quase não têm para o próprio sustento, a tudo isso se dá o nome de um velho termo conhecido por vossa majestade, IMPOSTO.
Desde já grata pela majestosa atenção.
Autor: M. Ferreira
Salvador-BA 2010
Manuella, gostei muito da sua "carta a um defunto". Com humor e criatividade, expôs suas opiniões com relação aos problemas existentes na contemporaneidade. Achei muito interessante! Parabéns. :)
ResponderExcluirMuito criativa!!Manuela vc sempre caladinha hein!Mas sua mente sempre processando idéias bem originais!!!kkkkkk
ResponderExcluirManuella você é criativa demais, a começar pelo nome do blog: "Casa das Palavras", que gostei muito.O texto é bom para uma reflexão.Parabéns pelo seu blog,beijo!
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